sábado, 19 de julho de 2014

Bancos

Assim como o suinicultor não pode ser abstraído da criação e abate de porcos, o homem da banca não pode ser alheado da usura. Cada um tem a sua especificidade, os que ensinam são professores, os que praticam a agiotagem legal são banqueiros. Não há cá casuísmos nestes vínculos objetivos de atividade, a sociedade aceita-os e pronto (a cada um caber-lhe-á mesmo, uma função nobre para o bem comum). A crise do sistema bancário (visto por um NMNM - que, Nunca Mandará Nesta Merda -), tem mais a ver com o triunfo neoliberal do que com comportamentos de banqueiros (também tem). O assassínio que o sistema está a fazer banco a banco - a seguir vão à CGD e só não vão aos alemães porque se escondem atrás do euro -, é uma prova da completa roda-livre em que entrou o mercado. Parecem-me bancos a mais para ser só incompetência e desonestidade. O esplendor neoliberal é vivermos como predadores, canibalizarmos o mais fraco. Depois, sob a capa de desideologizar, o capitalismo selvagem apresenta os reguladores «externos», toda uma nomenclatura própria que avaliza o cheque ao mais forte. Vou ao sapateiro pôr meias-solas e já volto.
 
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