segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mega campos


Quem viu o "prós e contras" além de ouvir umas coisitas sobre a constituição dos mega agrupamentos pôde assistir à velha chantagem educativa, e que todos fazemos, recorrendo à criança.

De um lado o poder político argumentando as vantagens da sequencialidade e dos projetos educativos - ainda nos vamos agrupar com universidades -, e por outro lado, o poder corporativo, agressivo, quase a mandar à merda o scretário de estado, invocando as vantagens do conhecimento do quotidiano e do terreno, diga-se, do melhor para sucesso dos... alunos.

É grave, no caso do governo porque a medida das mega agregações é exclusivamente económica - resgatar escolas isoladas já não se põe -, pois com a decisão quer poupar algumas centenas de diretores e, segundo o sindicato, cerca de dez mil professores.

No caso do poder corporativo, ameaçador - caíram não sei quantos ministros aos seus pés -, por não ter percebido ainda que é parte do problema e parte da solução e prestar-se ao rídiculo de cuspir para o ar.

Em relação a estes mega agrupamentos, o que acontece em termos de gestão é que é mau, até do ponto de vista económico a medida não é assim tão eficaz. Se considerarmos a reestruturação da rede de transportes, os custos de comunicação e outros custos organizacionais derivados da dispersão, haverá despesas que até aqui nem sequer existiam.

Por outro lado, há outro tipo de custos que corrompem a própria ideia, legitima, desta medida economicista. Há câmaras que já fizeram escolas reféns quando estas poderiam agrupar-se com vizinhos de outros concelhos. E também seria preciso que o ministério estivesse atento à defesa do ensino público perante o oportunismo dos privados nesta matéria. O que sabemos, pelas amostras, é que não, irá, competentemente, distrair-se.

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